Terceiro dia no Deserto do Atacama-Geysers

Terceiro dia no Deserto do Atacama-Geysers

Acordo às 03:50 Hs, me arrumo rapidamente e vou ao portão do hostel aguardar a van. Hoje ela atrasou só 00:40 min, beleza melhor atrasar do que não vir...

Para minha surpresa o carro era extremamente desconfortável, a janela onde eu estava abria frequentemente com os fortes solavancos da estrada deixando entrar um vento gelado, e para completar o circo de horrores, o motorista colocava música típica chilena no último volume, o barulho era ensurdecedor, parecia de propósito para que ninguém dormisse durante a viagem. Se bem que os sopapos e solavancos no caminho não permitiriam que ninguém dormisse...(em 2014 descobri que isso é feito propositalmente, devido ao “soroche”, o mal das montanhas. Dormindo, algumas pessoas podem entrar em parada respiratória. Hoje, eu admiro aquela gente da Likan Antay!!)

Foram duas horas de viagem até o parque Geyser del Tatio. Na chegada todos tiveram que descer para pagar a taxa de entrada no parque, depois seguimos para a área turística. Nada de muito interessante (pra mim!!), apenas algumas colunas de vapor saindo de buracos, alguns esguichos de água quente, umas pedras coloridas e um "piscinão de Ramos" de água entre 35 e 50 graus célsius, onde algumas pessoas se aventuraram em um mergulho com a temperatura do ar em torno de -10 graus, e da água em torno de +40 graus. Confesso que fiquei um tanto desapontado no início, mas vamos lá eu não vim de tão longe para não ser criativo nos meus momentos e principalmente nas minhas fotos.

Após meia hora de fotos, nos foi servido um café da manhã com chá, café com leite esquentado no vapor do geyser, biscoitos e sanduiche de queijo com presunto.

Após o "desayuno" fomos levados a um outro ponto do Vale dos Geysers, mais meia hora de fotos e seguimos de volta a San Pedro de Atacama.

No caminho a van parou para muitas fotos de Zorros (um tipo de lobo), vicunhas e Lhamas que encontrávamos à beira da estrada. Demos uma parada em um vilarejo chamado "Machuca" (realmente o vento gelado “machuca” as orelhas), com umas casinhas típicas de barro e uma igrejinha histórica, além de poder experimentar e apreciar um churrasquinho no espeto de carne de Vicunha. Bom, carne meio "sola de sapato", mas o tempero era excelente e faz bem excercitar as mandíbulas...

Estávamos de volta a San Pedro por volta das 12:30 Hs, fui cortar o cabelo, voltei ao hostel para me despir de metade da "armadura" contra o frio intenso no parque dos Geysers (a roupa ajudou muito, mas esqueci das meias, e voltei com os pés congelados...), fui comer alguma coisa, descansar um pouco e às 16:00 Hs eu deveria estar novamente na agência Lickan Antay ( https://www.lickan-antay.cl/br/homebr.html ) para os passeios aos Valle de La Luna e Valle de La Muerte. Como tudo que li anteriormente sobre esses lugares, aquilo é sensacional. Não há como mensurar em palavras o visual, talvez as fotos traduzam, mas realmente tem que ir e estar lá para ver e sentir aquilo tudo. Sem dúvida, um belíssimo por-do-sol para guardar na memória pelo resto da vida. E rezar ali foi algo que me marcou muito, foi difícil soltar as palavras, me expressar na minha gratidão a Deus por tudo que ele tem me dado nessa vida, seja bom ou ruim. Rezar ali de olhos abertos é uma briga entre a razão e a emoção!